6 de setembro de 1966 – Premier sul-africano é assassinado no Congresso
Pelas mãos de um branco, o criador do regime do apartheid na África do Sul, Hendrik Verwoerd, foi assassinado enquanto assistia a um discurso no Congresso Nacional, na véspera de seu aniversário. O funcionáro da Casa, Dmitrio Tsafendas, de origem grega, desferiu contra o odiado Premier três golpes fatais de punhal: dois no peito e um, derradeiro, na garganta. O político morreu a caminho do hospital.
Preso pela Inglaterra na Segunda Guerra Mundial por ter sido considerado nazista, o preconceituoso Verwoerd era primeiro-ministro do país africano desde 1958. Em 1961, o holandês realizou o sonho sul-africano ao ajudar a proclamar a independência da antiga colônia britânica, ao mesmo tempo que intensificava cada vez mais o racismo na nova nação.
Enquanto esteve no poder, Verwoerd concebeu e começou a política de divisão da África do Sul entre brancos e negros, através da criação dos bantustões. Alguns aspectos de sua orientação racista foram herdados dos Governos anteriores, porém ele introduziu novos mecanismos. Em sua interpretação do Velho Testamento, Verwoerd via na separação total das raças uma verdade divina e argumentava: “Por que devemos nos sacrificar como nação branca só para satisfazer a opinião mundial? Somos um Estado independente e tomamos nossas próprias decisões”.
O sujeito loiro de olhos azuis era um homem convencido de que estava certo em tudo o que ele fazia e, sendo uma personalidade determinada, matinha sua posição independentemente do que os outros dissessem. Nunca em sua vida negou o apartheid, mesmo depois de ter sido vítima de um atentado em 1960, quando duas bombas explodiram em seu rosto. Nesta ocasião agradeceu à Divina Providência por tê-lo salvado.
O regime preconceituoso e segregacionista herdado de Verwoerd pelas gerações posteriores só terminou completamente em 1994, quando Nelson Mandela foi eleito o primeiro Presidente negro da África do Sul.