Um milhão de brasileiros contra Dilma
Se 15 e 40 mil pessoas - que saíram à rua no Rio de
Janeiro e em Brasília - já são suficientes para entupir várias ruas, o
que se pode dizer sobre o milhão (sim, um milhão) de manifestantes que
protestou em São Paulo?
A manifestação realizou-se na avenida Paulista, uma via
de três quilómetros no centro comercial de São Paulo, e já é um dos
maiores protestos de sempre registados na maior cidade do Brasil, de
acordo com dados oficiais da polícia.
Esta tarde, num vídeo publicado
na sua página oficial no Facebook, Dilma Rousseff defendeu o direito à
livre manifestação, mas nem o governo esperava protestos tão
"significativos", escreve a "Folha de São Paulo", citando assessores
presidenciais.
O protesto foi organizado por grupos de cidadãos,
contra o governo de Rousseff, mas com diferentes objetivos: alguns
protestaram contra a corrupção, outros contra as medidas económicas,
anunciadas nos últimos meses pelo executivo, e muitos exigiram a
destituição de Rousseff e a saída do Partido dos Trabalhadores (PT) do
poder.
"Fora PT" e "Destituição Já" eram os gritos que se
ouviam por toda a avenida Paulista, onde se via uma maioria de pessoas
vestidas de verde e amarelo, mas também vários grupos de preto, "em
luto" pela situação política do Brasil. Um grupo de manifestantes fez um
enterro simbólico de um caixão da Petrobras, numa alusão ao escândalo
na petrolífera estatal, que está a ser investigado pela polícia e no
qual está implicado meia centena de políticos.
A popularidade da presidente caiu rapidamente devido a
este escândalo e também pelas medidas de austeridades tomadas pelo
executivo para corrigir o grave défice das contas públicas.
Aécio de verde e amarelo
Aécio Neves, que foi derrotado por Dilma nas últimas presidenciais, não foi ao protesto, porque o "grande protagonista" tinha de "ser o povo", explicou. Mas apareceu à varanda da sua casa, em Ipanema, com uma camisola da seleção brasileira e publicou um vídeo no Facebook a pedir mais luta contra a corrupção.
Aécio Neves, que foi derrotado por Dilma nas últimas presidenciais, não foi ao protesto, porque o "grande protagonista" tinha de "ser o povo", explicou. Mas apareceu à varanda da sua casa, em Ipanema, com uma camisola da seleção brasileira e publicou um vídeo no Facebook a pedir mais luta contra a corrupção.
"Esse 15 de março vai ficar lembrado para sempre como o
dia da democracia. O dia em que os brasileiros se vestiram de verde e
amarelo e foram para as ruas se reencontrar com as suas virtudes, os
seus valores e também com os seus sonhos", disse.
Além de São Paulo, dezenas de milhares de pessoas
manifestaram-se em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (Minas
Gerais), Salvador (Baía), Recife (Pernambuco), Fortaleza (Ceará),
Curitiba (Paraná) e outras capitais regionais brasileiras.