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Funcionários chineses roubavam cadáveres para cumprir quota oficial de cremações


Dois funcionários na província chinesa de Guangdong mandavam roubar cadáveres nos cemitérios para depois os fazerem cremar. O objetivo era apresentarem cremações em quantidade suficiente para cumprir as metas oficiais do governo na matéria.

Na cultura chinesa, onde se mantém forte o culto dos antepassados, preservar o corpo dos falecidos é visto como importante. Porém, desde há anos o governo tenta reduzir o tamanho dos cemitérios, para libertar terra que possa ser usada com fins agrícolas ou desenvolvimento. Porém, a imposição de uma quota mínima de cremações suscita reações populares. Há dois anos, por exemplo, a destruição de 400 mil campas na província de Henan gerou grandes protestos.

Os funcionários agora identificados como He e Dong terão achado que não havia outra forma de cumprirem as suas ordens senão recorrendo aos serviços de um ladrão de sepulturas - um tal senhor Zhong, que fez os seus raides numa região vizinha.

O homem admitiu ter roubado mais de vinte corpos, vendendo-os cada um por cerca de 3000 mil yuan (393 euros). O esquema só começou a revelar-se quando um cidadão descobriu que o cadáver do seu avô desaparecera, desencadeando uma investigação.

Dada a crença ainda bastante generalizada no país de que a integridade do corpo é requisito indispensável para garantir a paz póstuma, muitos idosos e as suas famílias fazem tudo o que podem para contornar as ordens do governo. Chegou a dizer-se que seis idosos tinham cometido suicídio para serem enterrados antes da entrada em vigor das novas instruções.