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Saltos radicais com cordas "Não Elasticas"



Quando tinha 9 anos, Michal Trzajna pulou de uma varanda no segundo andar, atiçado por seu irmão – e quebrou as duas pernas. Treze anos depois, ele ainda não consegue explicar o que o impele a saltar de penhascos de 200 metros de altura, pendurado por uma corda.

“Eu morava perto do aeroporto e sonhava em pular de aviões”, conta o jovem de 22 anos. “Quando você consegue controlar seu corpo no ar, a sensação é simplesmente única”, acrescenta.
Michal faz parte de um grupo que viajou da Polônia até a ilha de Zakynthos, um dos lugares mais procurados por turistas na Grécia -- mas não para tomar sol. Eles são adeptos do “rope jumping” (salto com corda, numa tradução livre), uma espécie de bungee jumping mais radical, e estão viajando o mundo para praticar o esporte.
O time polonês se chama “Dreamjump" e pretende praticar os saltos em 80 lugares ao redor do mundo -- incluindo arranha-céus em grandes cidades e o Grand Canyon. “Queremos viajar para os destinos mais bonitos dos quais a gente possa pular”, diz o líder da equipe, Thomas Zielinski.

O rope jumping se parece com o bungee jumping, mas, diferentemente dessa última modalidade, não usa cordas elásticas, e a forma de prendê-las ao corpo do atleta é muito mais elaborada. “A vantagem é que 80% dos pulos são em queda livre. Já no bungee jumping, a corda elástica limita a queda a 35 ou 40 metros de altura”, diz Michal.

O companheiro de Michal, Lukas Michul, explica que a corda não fica presa a uma plataforma, como no caso do bungee jumping, mas a outras cordas presas horizontalmente no penhasco.
“Quando você pula pela primeira vez em um lugar novo, seu coração bate aceleradamente, suas pernas tremem, a adrenalina flui. O prazer vem gradualmente com cada salto”, diz.
Marta Jamenes, uma praticante da Espanha, diz que recomenda a atividade "100%". “Quando você pula, aprende como controlar seu corpo no ar e é como aprender a nadar. Você acostuma seu corpo à queda livre”, diz.

A montagem das cordas, que pode demorar até dez dias para ser finalizada, pode ocorrer em montanhas, penhascos ou arranha-céus.
Cálculos precisos são feitos a partir do peso e altura do atleta e precisam levar em conta até o último milímetro, para manter a corda esticada.

“Temos que saber como controlar nosso corpo durante a queda, como usar o vento, como usar as pernas e os braços”, acrescenta Michal.
Os adeptos insistem em que, quando feito da forma correta, o rope jumping não oferece risco. “É muito seguro, porque as cordas são confiáveis. Nunca houve nenhum acidente com elas, até agora, no mundo todo”, diz Michal.

Nascida nos anos 90, a queda livre de pontes e plataformas tem muito apelo – mas só algumas pessoas no mundo têm coragem de testar essa versão extrema. “Há grupos de russos, ucranianos, espanhóis, lituanos e franceses”, diz Lukas.
A ilha de Zakynthos foi o terceiro destino do grupo neste ano, após um canyon no sul da França e a montanha Kjerag, na Noruega. Em seguida eles irão para um complexo de cavernas na Croácia, arranha-céus em Las Vegas e em Joanesburgo e para o Grand Canyon, nos EUA.
“Queremos compartilhar com o mundo como esse esporte é bonito e seguro”, diz Lukas.  “A ideia é mostrar se trata de algo interessante e único, e que qualquer um pode tentar.”