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Fonte da Juventude


Tanto nos tempos medievais como na actualidade, as cartas que um chefe de estado dirige a outro são frequentemente destinadas mais a impressionar quem as recebe do que a referir factos concretos. Aquela que, cerca de 1165 se supõe ter sido escrita por Preste João (um lendário Rei cristão cujo reino situava-se na região correspondente à actual Etiópia), a dois europeus é um inexcedível exemplo de extravagância epistolar.
Nela se vangloria de que o seu domínio se estende sobre 72 Reinos e que entre os seus súbditos figuram canibais, centauros e gigantes. Uma fonte da juventude jorra do solo entre bosques de pimenteiras - bravas “ e todo aquele que beber da sua água três vezes com o estômago vazio não terá doenças durante 30 anos. Uma pessoa que se banhe nesta fonte tenha ela 100 ou 1000 anos, voltará à idade de 32 anos. Sabei que fomos concebidos e abençoados no seio da nossa mãe há 562 anos, e desde então banhámo-nos na fonte seis vezes”.
Aos nossos ouvidos, a carta afigura-se um tanto implausível. Mas na Idade Media as pessoas acreditavam em coisas mágicas e pensavam que as terras distante e inexploradas eram habitadas por homens e animais fabulosos. Por isso, não é de espantar que os soberanos ocidentais da época acreditassem, como parece, no conteúdo da carta e encorajassem viajantes a demandar o Oriente. Até o papa Alexandre III se deu ao incómodo de responder ao Preste João em 1177, reprovando-lhe a jactância e convidando-o a enviar mensageiros a Roma.